Postes degradados nos municípios de São Gonçalo e Niterói estão colocando em risco a vida de moradores. Vergalhões das bases estruturais dos pilares à mostra, entre outros avariados, constatam as marcas de colisões e falta de manutenção. Para tentar amenizar o problema e atender a demanda de reclamações, a secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) de Niterói planeja, até agosto, reduzir para três dias o prazo máximo no reparo dos postes. Hoje, esse prazo é de 10 dias.
Em Niterói, são 45 mil pontos de iluminação espalhados pela cidade. A prefeitura informou que as regiões que mais solicitam manutenção nos pontos de iluminação é a Região Oceânica e Pendotiba/ Maria Paula. Atendendo essas e outras áreas da cidade, já foram feitos reparos em mais de oito mil postes, desde janeiro deste ano. Por mês, são aproximadamente dois mil atendimentos.
Na Alameda São Boaventura, no Fonseca, por exemplo, é possível encontrar cerca de dez postes avariados. A degradação acontece por vários motivos, que variam desde a colisão de veículos, que danificam a estrutura, até galhos de árvores que se envolvem na fiação elétrica, retorcendo os fios e provocando o deslocamento dos pontos de iluminação.
O porteiro Marco Antônio Damasi, de 39 anos, identificou problemas na base estrutural em um poste, no Fonseca, que estaria com vergalhões expostos em frente ao prédio onde trabalha: “Ele está desse jeito por pelo menos três meses e ninguém veio consertar. Quando ele cair, aí sim os responsáveis tomarão alguma providência”, lamenta.
Já a moradora do bairro, Karla Rangel, de 35 anos, reclama que próximo de sua casa, na Alameda São Boaventura, um novo poste foi colocado pela concessionária de energia elétrica Ampla, ao lado de uma estrutura antiga e danificada, mas que ainda não foi removida.
“Colocaram esse outro poste aqui, mas não tiraram o que está danificado. Agora temos um de enfeite e um outro que pode cair em cima de carros e pessoas”, desabafa.
Na Região Oceânica de Niterói, local onde gera a maior demanda de reclamações para a prefeitura, diversos pontos de luz apresentaram problemas, sobretudo nos bairros de Piratininga e Cafubá. Na Estrada Francisco da Cruz Nunes, em Cafubá, um poste em frente ao número 4.930 estava com a base estrutural completamente comprometida.
“Este poste é problemático. O pior é que pintaram ele há pouco tempo, mas não consertaram. Ele já virou ponto turístico de tantas pessoas que já pararam para fotografá-lo”, disse o frentista Maurício Corrêa.
O também frentista Ângelo José Amparo disse que o poste está com problemas há mais de três anos. Segundo ele, um veículo atingiu a base estrutural do ponto e foi parar em uma concessionária, a menos de 20 metros do local do acidente. Desde então, nada foi feito para consertar o ponto de luz.
O mesmo problema foi visto na Avenida Doutor Raul de Oliveira Rodrigues, Avenida Almirante Tamandaré e Rua Ernani Farias Alves. Todas em Piratininga, onde mais de 10 postes foram encontrados com estruturas comprometidas.
Em São Gonçalo, diversos postes nos bairros do Colubandê e do Arsenal também apresentavam falta de manutenção e risco de queda. Para resolver o problema, a Prefeitura de São Gonçalo atribuiu a responsabilidade à concessionária Ampla e não informou como, e se é feito a fiscalização da empresa.
Cuidado – Para o especialista da Universidade Federal Fluminense, José Andrés Saint Sebastian, nem sempre o remendo dos postes é uma boa alternativa. Para ele, ó certo a ser feito é a análise estrutural dos chamados ‘pinos de concreto’ e, sempre que possível, trocá-los. O motivo seria o risco da queda dos transformadores de energia que podem resultar em descargas elétricas.
“Dependendo das regiões, isso pode ser um perigo. Na Região Oceânica, por exemplo, que são áreas de muito vento, um poste quando cai gera um grande estrago. Aí a necessidade de troca. Outro ponto importante é a fiscalização permanente das estruturas, o que pode evitar quedas iminentes”, ressaltou o especialista.
Melhorias
A concessionária Ampla informou que técnicos da companhia realizam inspeções periódicas de postes em toda área de concessão para identificar a necessidade de substituição e manutenção dos mesmos. Quando um poste é identificado com alguma deformidade, passa por uma manutenção emergencial para, na sequência, entrar no cronograma de substituição. Entretanto a concessionária não determinou prazos para a avaliação da equipe. Além disso, um plano para melhorar a estrutura da iluminação pública na Região Oceânica de Niterói será apresentado pela concessionária até o próximo dia 24 de junho. O prazo foi dado pelo diretor de Relações Institucionais da Ampla, Guilherme Brasil.
O Fluminense
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