Funcionários reivindicam melhores condições de
trabalho e segurança, que não foram atendidas em paralisação no início deste
ano. Greve pode se estender por toda semana
Cansados das más condições de
trabalho, funcionários dos Correios que atuam no Centro de Distribuição
Domiciliar (CDD) de São Gonçalo fizeram uma paralisação na última
segunda-feira, que pode se estender por toda a semana. Isso porque na última
manifestação feita pelos trabalhadores, em janeiro deste ano, foram
estabelecidas algumas melhorias a serem implantadas até o mês de março, mas
nenhuma delas foi cumprida até o momento. Entre as reivindicações acordadas
estavam a reativação do ambulatório médico, a reposição de pessoal e maior
segurança para os carteiros.
No início da tarde houve uma reunião
entre os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e
Telégrafos (Sintect) com representantes da empresa para tentar chegar a um
acordo.
“Nossa questão aqui não é salarial.
Nós estamos querendo melhores condições de trabalho e reposição de pessoal. Os
funcionários estão sobrecarregados e os atrasos acabam gerando conflitos entre
os trabalhadores e a população”, disse Marcos Sant’Águida, diretor de
comunicação do Sintect.
Ainda de acordo com o diretor, os
Correios têm hoje apenas 12 escoltas de segurança para atender a todo o estado
do Rio e, em vez de contratar mais, a empresa prefere pagar pela
s encomendas
perdidas.
O carteiro Julio Cesar de Souza
Junior, de 33 anos, que trabalha há 10 anos no CDD de São Gonçalo, disse que
estão faltando pelo menos 13 profissionais na unidade e que isso causa
irregularidade na entrega em dez distritos.
“Temos que sair da nossa rota para
cobrir a que não tem ninguém”, afirmou.
População – Enquanto o impasse entre trabalhadores e empresa
não é resolvido, quem paga a conta é a população. Sem poder receber encomendas
e nem mesmo os boletos e faturas, dezenas de pessoas foram até a sede da CDD,
na Praça Zé Garoto, em São Gonçalo, para tentar retirar seus pertences
pessoalmente.
Maria Clotilde Calixto dos Santos, de
65 anos, foi tentar receber seus boletos de cartões de crédito e carnês de
pagamentos, mas não obteve sucesso.
“Todos os meses reúno as contas e vou
até ao banco ou casa lotérica para pagar tudo de uma vez só. Mas nos últimos
meses eu tenho que ir de loja em loja para fazer o pagamento”, disse.
A pensionista Roseli Correia de
Souza, de 52 anos, reclama que fez um empréstimo consignado para reformar a sua
casa, no bairro do Paraíso, e ainda não recebeu o dinheiro por conta do atraso
dos Correios.
“A carta com a liberação do dinheiro
tem que chegar pelos Correios, para depois eu ir ao banco sacar”, reclamou.
Medidas – A direção dos Correios informou
que vai enviar dez carteiros para o CDD de São Gonçalo já na manhã de hoje. Já
a questão da volta do funcionamento do ambulatório será enviada ao setor
jurídico da empresa. A empresa garantiu ainda que ainda esta semana um
segurança será enviado para trabalhar na sede da CDD São Gonçalo.
Representantes do Sindicato afirmaram
que caso os dez carteiros extras não sejam enviados a paralisação vai continuar
e que está previsto para o próximo dia 2 de maio uma paralisação em todo o
estado para cobrar melhorias nas condições de trabalho e um novo acordo quanto
a Participação de Lucros e Resultados (PLR) para os trabalhadores.
O
FLUMINENSE
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