PM morto por traficantes é enterrado em São Gonçalo

17/09/2014 - Cerca de 150 pessoas entre familiares e amigos do cabo PM Emerson de Oliveira, 36, lotado no 12ºBPM (Niterói), acompanharam, ontem à tarde, no Cemitério Parque de Nicteróy, em Vista Alegre, São Gonçalo, o enterro do policial, baleado na cabeça há uma semana, quando participava de operação de repressão a bailes funks, no Complexo do Caramujo.

O PM chegou a ser socorrido e passou por cirurgia no mesmo dia, no Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, mas não resistiu aos ferimentos e teve morte cerebral. Além do cabo, um sargento, de 41 anos, também foi baleado durante a incursão na favela, mas se encontra fora de perigo.

Os policiais reprimiam baile funk organizado por traficantes na localidade da Biquinha, no Morro da Caixa D’Àgua. Quando já se preparavam para deixar a comunidade, foram atacados por grupo de bandidos que fizeram diversos disparos.

Desde o ocorrido, várias operações têm sido realizadas na favela na tentativa de localizar os integrantes do bando que teriam matado o policial.

Ontem, durante o velório do cabo, que aconteceu na capela A do cemitério, o comandante do batalhão de Niterói, coronel Gilson Chagas, disse que a repressão aos bailes funks nas comunidades do Caramujo vão continuar. “Vamos continuar combatendo os bailes funks não só no Caramujo como em todas as outras áreas de ação do 12ºBPM. Todos sabem que os bailes funks servem para potencializar a venda de drogas na região. Vamos continuar trabalhando e combatendo a venda de drogas”, disse o comandante.

Afronta - Para ‘comemorar’ a morte do policial, traficantes do Complexo do Caramujo publicaram mensagens numa rede social. Um dos bandidos, identificando-se como MenorBom do Caramujo, aparece em diversas imagens portando armas nas ruas da comunidade, com a seguinte legenda: “Mercante tá baleado e o c* do Emerson morreu. Só uma resposta pelo o que vocês fizeram com os mano (Sic) #Bebel e #BR. Não tenta com a tropa do Caramujo que o bloco tá (Sic) jupirado de maconha”.

Sobre as manifestações feitas em redes sociais da internet, o comandante do 12ºBPM disse que os envolvidos no caso já estão sendo investigados pela Polícia Civil. “Estamos acompanhando e vamos ajudar com o nosso trabalho, mas as investigações do fato cabem à Polícia Civil, para identificar e prender os criminosos”, disse Chagas.

Por: Renata Sena e Celso Brito
Foto: Filipe Aguiar