
20/05/2014 - Depois de meses recebendo pão duro e mofado, alunos de escolas
municipais de São Gonçalo viram seu problema ser agravado: eles não
recebem mais pães para o café e lanche, apenas biscoitos. Como se não
bastasse, a alimentação é complementada por feijão “fora de tipo”, o
mesmo que antes da panela dividiu a embalagem com carunchos. Estas são
algumas das denúncias investigadas pelo Ministério Público sobre
irregularidades no fornecimento de merenda escolar na cidade.
A
alimentação dos alunos custa mais de R$ 22 milhões por ano à prefeitura.
Apesar dos problemas citados nas denúncias, o órgão renovou o contrato
de fornecimento com a empresa Home Bread neste mês.
Há uma série de irregularidades que incluem até a entrega de carne em
vans sem refrigeração adequada. A qualidade da carne também é muito
baixa, com pacotes recheados de retalhos de pelanca. Mais de 30% é só
isso: pelanca - afirma o professor Marcos Felício, vice-presidente do
Conselho de Alimentação Escolar (CAE), entidade que fiscaliza a merenda
no município.
O CAE já acertou que dará, no próximo mês, um
parecer desfavorável ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) sobre o uso dos recursos repassados à prefeitura pelo Ministério
da Educação. A medida acenderá um sinal vermelho em Brasília, que pode
suspender o repasse e encaminhar auditores ao município, diz Marcos
Felício.
Na transição entre prefeitos, o gasto com alimentação
escolar disparou de R$ 9 milhões para R$ 22 milhões, ainda de acordo com
o CAE. A renovação do contrato com a Home Bread manteve este preço. Em
outubro do ano passado, ainda na metade do primeiro contrato, o
Ministério Público instaurou um Inquérito Civil Público para realizar as
investigações. Desde então, a Secretaria municipal de Educação foi
convidada diversas vezes a prestar esclarecimentos, mas nunca encaminhou
resposta aos promotores.
O contrato de fornecimento de merenda também não foi encaminhado ao
conselho para análise. Nele consta que a empresa deveria fornecer
refrigeradores e equipamentos de cozinha, mas nem tudo foi entregue. Foi
somente no fim do primeiro contrato, no mês passado, que a empresa
também encaminhou pratos e talheres às escolas, depois de mandar toda a
comida.
A
Secretaria municipal de Educação explicou que o feijão com carunchos e
todos os gêneros identificados como impróprios foram isolados e
substituídos. Informou também que é feita avaliação periódica dos
alimentos entregues e, à medida em que se detecta modificação ou baixa
qualidade de alguma marca, a substituição é imediata. Sobre o atraso no fornecimento de pratos e talheres, o órgão frisou que medidas estão sendo tomadas para regularizar a situação.
O órgão, no entanto, não comentou a renovação do contrato por R$ 22 milhões, mesmo sabendo das denúncias do CAE.
Fonte: Extra/Wilson Mendes
Essa é a merenda que as crianças recebem nas escolas públicas do nosso município!!!
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