27/11/2013 - Muito já se ouviu falar em roubo de carro-forte e de assaltos a empresas de transporte de valores. Difícil acreditar que uma transportadora de valores, contratada para proteger e garantir a segurança, seja a autora de golpes para desviar o dinheiro das empresas. No entanto, é exatamente isso que as polícias Civil e Federal estão investigando em São Gonçalo e Niterói.
Conforme levantamentos feitos pelos próprios clientes, já passa de R$ 1 milhão o montante desviado de várias loterias esportivas, um posto de gasolina e um mercado, pela Transsafe - Empresa de Transporte de Valores e Segurança Patrimonial Ltda, que tem sede no bairro de Ramos, na Zona Norte do Rio.
De acordo com as investigações da polícia, há dois meses a empresa vem desviando o dinheiro arrecadado em malotes que deveriam ser levados e depositados na Caixa Econômica Federal.
Os responsáveis pelos estabelecimentos lesados só tomaram conhecimento da apropriação indevida dos valores dias depois e começaram a tomar providências. Alguns deles tiveram o dinheiro devolvido, mas logo depois outros valores voltaram a ser desviados em diferentes datas. O dono de uma loteria esportiva no Mutuá contabilizou um prejuízo de R$ 210 mil.
O gerente da Loteria Gradim da Sorte, Rogério Nogueira, que acumula um prejuízo de R$ 95 mil, registrou o caso na 79ª DP (Jurujuba).
INVESTIGAÇÕES
O delegado Gláucio Paz da Silva, titular da 79ª DP, disse que estava aguardando o comparecimento do representante da empresa que deveria prestar depoimento, no caso.
De acordo com o delegado, mesmo que haja uma explicação, a empresa já cometeu o crime de apropriação indébita e terá que responder por isso. O caso deverá ser remetido à Polícia Federal por envolver, além das empresas privadas, órgãos públicos.
A Transsafe disse que prefere não dar declarações sobre caso, alegando não ter recebido qualquer intimação da polícia.
Empresários denunciaram caso à polícia
Depois de ser notificado que o dinheiro não tinha sido depositado na conta da Caixa Econômica Federal como deveria, Nogueira foi até a transportadora, na última quinta-feira, para exigir uma explicação. Contudo, ele não foi recebido pelos representantes da empresa.
Indignado, ele usou o próprio veículo para bloquear a passagem dos carros-fortes. “Não vou sair daqui. Quero o meu dinheiro. Se quiserem, podem chamar a polícia, porque o ladrão está aí dentro”, declarou, chamando a atenção de quem passava pela rua. No dia seguinte, agentes da delegacia estiveram na empresa e entregaram uma intimação para o responsável comparecer à delegacia e explicar o fato.
O representante da empresa devolveu os R$ 95 mil para Nogueira. Parte do valor, cerca de R$ 10 mil, em moeda. Já Olímpio Carneiro, sócio de outra loteria, disse que o problema vem acontecendo há dois meses. Na primeira vez, ele teve um prejuízo de mais de R$ 100 mil, que foram recuperados. No dia último dia 6, cerca de de R$ 51 mil não foram depositados. Segundo ele, a Transsafe deu prazo até o fim dessa semana para devolver os valores.
“A gente nunca podia esperar por isso. A empresa é contratada para garantir a nossa segurança e é exatamente essa empresa quem acaba desviando o nosso dinheiro”, comentou revoltado.
Por: Celso Brito
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Transportadora de valores é acusada de desviar R$ 1 milhão
Posted by Folha SG on 23:24 in Folha de SG roubo | Comments : 0
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