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quarta-feira, 12 de abril de 2017

Chefe de gabinete de vereador e guarda municipal trocam acusações sobre agressão em São Gonçalo

12/04/2017 - Era tarde de sábado (9), na Praia das Pedrinhas, uma das áreas de lazer de São Gonçalo. Por volta das 14h, a Guarda Municipal da cidade deu início a uma operação de ordenamento público no local. Um dos objetivos era fiscalizar se carros estavam estacionados em local proibido. Durante a ação, uma briga entre o chefe de gabinete de um político do município e uma agente da Guarda acabou indo parar na delegacia. Ela diz que levou um soco, ele nega.

"Você está me multando, sua piranha?" e, em seguida, um soco próximo ao olho esquerdo, registrou em depoimento a guarda, que pediu para não ser identificada, na 73ª DP (Neves).

O assessor do vereador Lucas Muniz (PMN), Herique José Rodrigues da Silva, negou ter xingado a guarda e contou que tentava fugir dos disparos feitos por outros guardas com armas de choque quando, sem querer, acertou com a mão no rosto da servidora.

"Se eu falasse 'você está me multando, sua sapatão?', aí, seria verdade. Se eu tivesse que usar algum termo, seria esse", declarou o jornalista.
Todos os envolvidos acabaram na delegacia. Lá, os registros caracterizam Herique e a guarda como autores-vítimas, ou seja, o jornalista e a agente trocaram as acusações. Ambos, em versões contadas ao G1, dizem que a confusão começou quando guardas municipais fiscalizavam o estacionamento irregular na Praia das Pedrinhas. Um dos carros parados era o de Herique.

Vereador também é acusado

Mas as acusações da servidora também são contra o vereador Lucas Muniz, de 23 anos – o mais jovem da Câmara Municipal de São Gonçalo. O parlamentar, segundo ela, tentou impedir que Herique fosse conduzido pelos agentes. Muniz teria se valido do cargo público para tentar intimidar a servidora e outros agentes. Ela conta que também foi ameaçada pelo vereador.

O vereador nega e garante que a guarda estava "exaltada". Ele disse que estava sentado na praia e não chegou a ver o episódio da briga. Apesar disso, o parlamentar contou que testemunhas falam que Herique acertou mesmo um soco no rosto da servidora. Por isso, Muniz falou que o assessor será exonerado nesta quarta-feira (12).

"Todos disseram que ele agrediu. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém. Levantei da mesa, perguntei o que estava acontecendo, me identifiquei como vereador. A guarda que estava na briga, conversei com eles, e a guarda estava muito alterada, gritando. Num tom muito grave , começou a gritar comigo", relata o vereador.

Depois disso, o parlamentar diz que ligou para o comandante da Guarda, Carlos Machado, o que também é contado pela agente no registro de ocorrência.

"A guarda tal tal tal está aqui e está muito alterada. O comandante disse que ela é complicada mesmo. Em momento nenhum ameaçei ou agredi ela. Toda a praia estava contra a guarda", explicou o vereador.

O partido de Muniz, o PMN, se manifestou a favor da Guarda Municipal e contra qualquer agressão, principalmente a funcionários do município. A sigla informou que o vereador ainda não foi repreendido porque a legenda espera a apuração do caso.

Prefeitura repudia agressão

Procurada, a Prefeitura de São Gonçalo informou, em nota, que o prefeito José Luiz Nanci "repudia qualquer tipo de violência contra servidores, ainda mais no exercício da função".

"Além de ser uma autoridade, que atua pela segurança da população e pela ordem no município, essa funcionária sofreu um trauma muito grande. Estou acompanhando o caso e aguardo uma atitude firme do presidente da Câmara de Vereadores, Diney Marins, já que a situação envolve um vereador e seu assessor legislativo, que deveriam dar bons exemplos e não estimular este tipo de comportamento", afirmou o prefeito.

Ainda segundo o texto, caso seja necessário, a guarda poderá pedir à Justiça uma medida restritiva para evitar a aproximação dos agressores. Depois do episódio, a guarda tirou licença por três dias e a dispensa poderá ser estendida, conforme informou a prefeitura.

A prefeitura também informou que "o comandante da Guarda Municipal de São Gonçalo, Carlos Machado, logo após o episódio, disse que o próprio vereador Lucas Muniz tentou coagir a servidora. Sem obter êxito, ligou para Machado e tentou justificar o injustificável".

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