Notas fiscais e documentos que constam do processo contra o
ex-governador e que resultaram na operação Calicute, na quinta (17),
mostram que Adriana Ancelmo utilizava duas estratégias, segundo os
investigadores, para burlar a fiscalização do Banco Central: pagava à
vista, ou então, optava por parcelar as compras sempre com depósitos de,
no máximo, R$ 9.900. O Banco Central comunica ao Conselho de Controle
de Atividades Financeiras (Coaf) todas as movimentações financeiras
acima de R$ 10 mil.
Nenhuma transação era feita por Sérgio Cabral. Todas as notas fiscais
tinham o nome de Adriana Ancelmo. Para os procuradores do Ministério
Público Federal, essa atuação da ex-primeira dama mostra que ela tentava
"lavar" o dinheiro ganho pelo marido com o pagamento de propina das
empreiteiras. Por isso, o MPF pediu a prisão de Adriana Ancelmo, que
acabou negada pela Justiça.
A primeira compra de Adriana aconteceu em 7
de maio, dias depois de Cabral deixar o Palácio Guanabara. Na ocasião,
Adriana pagou R$ 6,1 mil em uma cama para o casal.
Na mesma época, Adriana Ancelmo gastou R$ 16.449 na compra e instalação
de um forno elétrico no apartamento do Leblon. Em agosto, a
ex-primeira-dama pagou cerca de R$ 58 mil na compra dos materiais e
serviços para a blindagem do carro do casal. A partir de 15 de agosto
foram feitos seis depósitos que variaram entre R$ 400 e R$ 9.900 para a
empresa responsável pelo serviço.
A partir de novembro de 2014 até fevereiro de 2015, Adriana comprou
seis vestidos sob medida. Os valores variaram de R$ 2.208 a peças que
custaram R$ 12.800, o que totalizou pouco mais de R$ 30 mil em vestidos.
Há registros de três depósitos de R$ 9.900.
A Polícia Federal obteve ainda registro da compra em agosto deste ano
de um carro da marca Kia, tipo Grand Carnival preto, ano 2015. Pelo
veículo, Adriana Ancelmo pagou R$ 128 mil à vista e em dinheiro.
Fonte: G1
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