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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Mesmo em liberdade,ele ainda luta para provar de vez a inocência na justiça e curar as sequelas provocadas pelo cárcere

O caso do caminhoneiro Cláudio Márcio de Almeida, de 38 anos. No dia 11 de fevereiro, ele e a esposa - com quem está casado há 16 anos - estavam no Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, aguardando o resultado dos exames do filho do casal, de apenas 10 anos. O menino comentou que uma mulher estava tirando fotos do pai. “Ela deve estar me confundindo com algum artista”, brincou o caminhoneiro.

02/04/2014 - Momentos depois, uma confusão começou. A mulher havia chamado a polícia e acusou Cláudio de tê-la estuprado. “Se não fosse o policial, meu marido teria sido linchado ali mesmo”, contou a esposa do caminhoneiro. “Fiquei nervosa e com medo. Estava ali para tratar do meu filho junto com meu marido e, de repente, ele saiu de lá direto para a delegacia”, lembrou.

O caminhoneiro ficou preso durante 30 dias, passando pelos presídios de Bangu 10 e Japeri, onde dividiu celas com detentos acusados de diferentes crimes. “Eu não fiz nada com ninguém, Fui acusado injustamente. Minha vida mudou em questão de segundos e agora só
quero recomeçar”, desabafou. (Clique aqui e veja o caso)

O recomeço para Cláudio ocorreu na última terça-feira, quando agentes da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM) de São Gonçalo prenderam o pintor de paredes Waldenir Pereira Ribeiro, de 48 anos, acusado de violentar sexualmente seis mulheres nos arredores do Boassu. Com ele, foram apreendidos um revólver calibre 32, uma pistola, um cassetete de metal com uma alavanca que dispara projéteis de armas de fogo e munições, além do Polo branco, apontado nos relatos das vítimas de violência sexual. Após investigações da especializada, constatou-se que o caminhoneiro pode ter sido preso injustamente no lugar de Waldenir. Na última quarta-feira, ele teve a prisão relaxada pela justiça.

Desempregado, Cláudio contou que não pode voltar para sua antiga casa. “Sinceramente, não tenho nenhuma vontade de encontrar com essas mulheres que me acusaram. Não sinto nada, nem raiva. Estou sem trabalhar e meu filho sente medo de tudo. Ele não vai à escola e nem brinca mais na rua”, disse.

O casal ainda não decidiu se vai entrar com ações na justiça contra o estado. “Agora, só queremos recomeçar a vida em outro lugar”, finalizou.


Morte - Após ser informado que seria transferido para Bangu, Waldenir foi encontrado morto com o cadarço da bermuda enrolado no pescoço. Ele teria cometido suicídio. 

Por: Celso Brito, Adriana Bernardo e Renan Santiago
Foto:  Leonardo Ferraz

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