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sábado, 25 de janeiro de 2014

Em São Gonçalo faltam árvores, e pessoas buscam sombras até nos postes

25/01/2014 - O nome é Jardim Catarina, mas o cenário é de selva de concreto e asfalto. Um dos maiores bairros de São Gonçalo, assim como diversos outras localidades da cidade, sofre com a falta de árvores. O problema chama ainda mais atenção quando o sol a pino obriga moradores a buscar abrigo até em orelhões.

- Não tem árvore na cidade. Isso é falta de planejamento, desrespeito com a natureza. A cidade e as pessoas poderiam conviver e tudo seria melhor - diz a professora Jane Mary, de 49 anos, esperando o ônibus enquanto se alterna entre as sombras de um orelhão e um poste.

O melhor exemplo de como a cidade tem poucas áreas verdes, no entanto, fica no Centro. A Praça Luiz Palmier foi reformada e reinaugurada no final de 2010.

- E hoje é esse deserto de cimento. Não tem uma árvore! Que tipo de praça é essa, e logo num dos lugares mais movimentados do município? Aqui era pra ser um lugar de tranquilidade e é só pavimento - reclama a psicóloga Valéria de Almeida, de 51 anos.

Nos últimos anos, no entanto, a cidade viu o plantio de centenas de mudas de árvores em calçadas. Mas sem manutenção, aquelas que morreram nunca foram substituídas. Canteiros vazios estão por toda parte. Muitos no triângulo Barro Vermelho-Centro-Neves, uma das áreas apontadas com mais problemáticas pela prefeitura, junto com a região de Alcântara e o próprio Jardim Catarina.

Agora, a prefeitura promete uma força-tarefa para deixar a cidade mais verde. Dez mil mudas serão plantadas até junho.

- Vamos reflorestar os bairros onde há alto índice de supressão vegetal, além de instalar um viveiro de mudas na APA do Engenho Pequeno - diz o secretário de Meio Ambiente municipal Marco Antonio Muniz Manhães.

A mudança começa em casa
A Organização Mundial de Saúde recomenda que as cidades tenham 12 metros quadrados de área verde pública para cada habitante. Uma das maiores e mais importantes áreas de São Gonçalo, a APA do Engenho Pequeno, tem 1,4 milhão (pouco maior que o Aterro do Flamengo), mas o município, que já passa de um milhão de habitantes, precisaria de outras oito áreas desse mesmo tamanho.

- E não é pelas árvores, mas pelas pessoas. As plantas transmitem tranquilidade, diminuem o estresse, melhoram a questão emocional. Ajudam a diminuir a temperatura da cidade, diminuem a quantidade de poeira no ar e também o barulho - elenca Janie Garcia, coordenadora do laboratório horto-viveiro da UFF.
Mas mesmo no meio do deserto, há oásis. Iniciativas como a do pedreiro Sebastião Alves Ferreira, de 76 anos, que plantou duas árvores na calçada de casa, no Jardim Catarina, podem mudar a cidade.

- Nenhum vizinho tem árvore. Mas eles gostam da sombra até para estacionar os carros. Espero que eles plantem também. Trouxe o hábito de quando era garoto lá na fazenda, em Itaboraí. As árvores me trazem muitas coisas boas, mais que os problemas que atraem, sendo as únicas da rua - revela o homem, que no quintal tem coqueiro, ingazeiro, pé de cajá, café...

Fonte: Extra

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