De acordo com médicos intensivistas, pacientes internados em unidades de terapia intensiva tem altas probabilidades de contrair infecções, e muitas delas começam pela boca. A proliferação de microorganismos não comuns a cavidade bucal, é um dos principais fatores de risco para a pneumonia hospitalar. O cuidado com a saúde bucal realizada na UTI pode evitar infecções em outros órgãos, sem prejudicar o quadro clínico e diminuindo sua estadia na UTI.
Segundo o subsecretário de Odontologia, Paulo Nascimento, pacientes que usam ventilação mecânica, aparelho que impede a pessoa de fechar a boca, deixa a cavidade bucal ressecada e em contato maior com o ambiente, o que favorece a colonização por microorganismos.
"Apesar do risco de infecções ser proporcional à gravidade da doença, o papel do cirurgião-dentista dentro da UTI vai auxiliar na diminuição de infecções. Cuidando da saúde bucal pode-se diminuir o tempo de internação. A queda no fluxo salivar causado pela própria doença ou por medicamentos, contribui para o aumento da placa bacteriana", explicou o subsecretário de Odontologia, Paulo Nascimento.
Para que o projeto cirurgiões-dentistas na UTI seja implantado no Hospital Luiz Palmier no mês de setembro, o curso de capacitação foi oferecido pela secretaria de Saúde, através da subsecretaria de Odontologia em parceria com a Associação Brasileira de Odontologia-Regional São Gonçalo (ABO).
O prefeito Neilton Mulim destaca que a pneumonia hospitalar traz grande preocupação. "Além de debilitar ainda mais o paciente, muitos acabam morrendo, e aumentam os custos hospitalares com diárias, antibióticos e exames", salienta.
O prefeito afirma ainda que, apesar de estarem claros todos os benefícios trazidos pela adoção de qualquer medida de higiene, a higiene bucal tem recebido muito pouca ou nenhuma atenção no ambiente hospitalar, apesar de a boca abrigar uma vasta microflora e de ser considerada um meio propício para micróbios.
Fonte: Ascom
Autor: Marcelle Corrêa
Foto: Washington Araujo
Postar um comentário